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BOCAINA | Educação trabalha a história e religiosidade da veneração de Crioula e Cazé

De acordo com a autora, professora Lusaneide Brito, o projeto teve como lema conhecer os santuários de Cazé e Crioula

30/09/2023 | Redação
Educação trabalha a história e religiosidade da veneração de Crioula e Cazé / Fotos: Cidadesnanet

A Unidade Escolar Urbano Leal da Rede Municipal de Ensino de Bocaina, trabalhou durante o mês de setembro o projeto “História e Religiosidade de Venerados”, realizado pela Prefeitura Municipal, na gestão do prefeito Erivelto Barros, através da Secretaria de Educação, que é gerida pela secretária Simone Grangeiro.

De acordo com a autora, professora Lusaneide Brito, o projeto teve como lema “Conhecer os santuários de Cazé e Crioula, considerados venerados pelos fiéis” e foi desenvolvido com duas aulas de campo, aulas expositivas sobre a cultura e a religiosidade presente na cidade de Bocaina, em ambiente extraescolar, com o objetivo de mostrar aos alunos, a história de vida e fé sobre essas duas pessoas que carregam grandes devotos por toda a região.

A professora destacou que houve visita na capela e moradia de Cazé e de Crioula (atual Igreja Católica da Vila Crioula) mostrando para os alunos que ali eles deixaram um legado onde é sempre visitado por diversos fiéis de várias regiões.

 

 

Alunos e professores na aula de campo durante execução do projeto na capela de Cazé

Na culminância do projeto nesta quinta (28), na sede da escola, houve diversas atrações. A primeira delas foi sobre a biblía sagrada que gira em torno da vida de Jesus, incluindo seu nascimento, ministério, ensinos, sofrimento milagroso, morte, ressurreição e ascensão.

 

Os alunos do 6º e 7º ano encenaram a coreografia da música Tua palavra é lâmpada para meus pés de Aline Barros.

Além de danças, foi cantada a música pela aluna Ewellyn do 9° A, intitulada Sopra  em nós da Irmã Ana Paula.

 

O professor Francisco João de Barros promoveu um debate sobre história e religiosidade dos venerados Cazé e Crioula. Uma peça teatral sobre os venerados abrilhantou o evento e trouxe à tona a vida de Cazé e Crioula.

 

 

 

Na culminância do projeto foram apresentados slides com fotos de cada ponto visitado, nas aulas de campo. Ao final, a professora Lusaneide Brito agradeceu a todos os agentes responsáveis pela realização do projeto.

 

Professora Lusaneide Brito

“Dizer obrigada, às vezes, não é suficiente para agradecer as amáveis e gentis pessoas que nos momentos das nossas vidas, aqueles mais difíceis, nos estende a mão amiga e nos oferece amparo. Estou agradecida a vocês professores: Francisco João, Denivaldo Solange, Raquel Luciana, Ivaneide, Nelita, Suely, a coordenadora Maria, a diretora Daiane que não mediram esforços para enfrentar o projeto e não sei neste instante como retribuir tanto carinho, mas é claro que encontrarei uma maneira de fazê-lo. Estou à sua disposição para quando precisar, a qualquer momento e a qualquer hora. Meu muito obrigada”, concluiu.

O evento encerrou com jogos passa ou repassa de perguntas bíblicas e das biografias de Cazé e Crioula. A equipe vencedora foi a Decidir.

Quem foi Cazé e Crioula?

O testemunho de Cazé foi narrado pelo professor de projetos, Francisco João de Barros, conhecido como Chico Velho de Bode Cego.

Joaquim José Goveia Aquino, o Cazé, natural do município de São Julião, ficou popularmente conhecido na região de Bocaina por ser uma pessoa deprimida e um andarilho.

 

Retrato falado de Cazé

De São Julião foi para o Maranhão onde passou cerca de 20 anos. Embora sem muita expressão na arte era amante da viola. Quando voltou do Maranhão de acordo com a narração, foi rejeitado pela esposa, mas os filhos decidiram acolhê-lo. Mesmo assim algum tempo depois Cazé decidiu ir embora mais uma vez de São Julião.

Em Bocaina chegou na década de 1950 e passou a frequentar os municípios vizinhos da região.

Em Bocaina, onde hoje está situada a capela de Cazé, que é muito frequentada, os relatos históricos dão conta que foi onde ele morreu. As pessoas que passavam perto do local, no periodo que ele estava morto, contavam que tinham muitas flores e exalavam aroma. O período descrito pelos narradores da história para os alunos informam que as flores estavam entre o primeiro e o sétimo dia de sua morte.

A capela sempre muito frequentada é um espaço de fé depositada pelas pessoas até hoje que muito recorrem a Deus através da intercessão de Cazé. Muitas pessoas que tiveram problemas de saúde foram curadas graças a fé.

O outro testemunho narrou a história de Crioula. Chegada na região em abril de 1960, uma mulher negra, com mais ou menos 30 anos de idade, tinha problemas na voz e na audição. Costumava trajar vestidos longos de mangas curtas. Ninguém sabia o nome dela e nem de onde veio. Dessa forma batizaram como Crioula.

De acordo com a relatos históricos, sua primeira residência foi em uma furna de pedra na localidade Comboeiro. 14 anos depois passou a morar em um lugar próximo a um olho d´água. No local bebia água e cozinhava em latas pois não tinha panelas e nem pratos, muito menos candeeiro. Durante a noite fazia uma fogueira.

 

Local de pedra onde Criola habitou de acordo relatos históricos

No dia 13 de abril de 1974 uma forte chuva obrigou Crioula a deixar o local e ficar perambulando pela mata até o mês de novembro do mesmo ano. Depois disso passou a morar em um casebre muito deteriorado, próximo a outro olho d´ água conhecido como João da Rocha.

Em 1986, um mutirão encabeçado por Elias de Moura Martírios, um dos primeiros moradores do Gado Manso atual (Vila Crioula) construiu um cômodo de casa e fez a mudança dela no dia 1º de março.

Crioula faleceu no dia 25 de maio de 1993 após sofrer um acidente na curva da Pitombeira, trecho da PI 238, que dá acesso a sede do município de Bocaina. Pitombeira fica situada entre a atual Vila Crioula e Curralinhos, a 4 km da sede de Bocaina.

A veneração a Crioula e Cazé deram a representação a eles e ao município como importantes pontos turísticos que enaltecem a religião e a fé. Na antiga casa de um cômodo, de Crioula, hoje é a igreja da comunidade.

 

Alunos e professores visitam a capela de Crioula onde hoje é a Igreja da Vila Crioula

No tocante a representatividade do mártir de Crioula, a comunidade Vila Crioula celebra há 25 anos, o festejo religioso em honra a Nossa Senhora Aparecida. As festividades sagradas iniciam no dia 03 de outubro e prosseguem até 12 de outubro, data em que é celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida.

Mais fotos da culminância

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  • Com informações do Cidadesnanet

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